domingo, 4 de dezembro de 2011

Grandes Nomes da Wicca 1

Vou apresentar uma série com o resumo dos principais Sacerdotes e sua história. Começamos com o Pai da Wicca - Gerald Brousseau Gardner, e na continuação outro nome fundamental: Robert Cochrane.


O mais recente (E PROFUNDO) estudo da história de Gardner foi realizado pelo professor da Universidade de Bristol, Ronald Hutton e publicado em seu livro “O Triumfo da Lua” (The Triumph of the Moon –Oxford University Press). Neste livro podemos acompanhar a trajetória de Gardner, após a aposentadoria de suas atribuições na Malásia. Um homem de profundos conhecimentos  esotéricos e místicos, que havia estudado diversas religiões orientais agora vem se instalar na Inglaterra.
 Percebemos, pelo relato de Hutton, que Gardner era uma pessoa em boa situação financeira, com um casamento estável e movido por uma profunda curiosidade. Havia sido homenageado com o título de doutor em arqueologia malásia pela Universidade de Saigon, devido às suas pesquisas de campo naquela região. Recebeu o título de Cavaleiro do Arco Real em reconhecimento da maçonaria britânica
Mas, diferentemente de outros ocultistas, não gostava de utilizar títulos em sua apresentação. Era um homem alegre, bronzeado, com olhar brincalhão. Seu interesse pelo ocultismo o movia em diversas empreitadas para desvendar os mistérios da magia.
Gardner conheceu a Wicca quando começou a fazer parte da “Comunidade de Crotona” em New Forest, sul da Inglaterra. Como ele próprio nos conta em seu Livro “A Bruxaria Hoje”, (21)  lá conheceu um grupo de bruxas que praticavam a Antiga Religião. Como na época ainda era um crime e uma mácula na sociedade ser bruxa, Gardner despistou quem era a real personalidade no Coven de “New Forest”, contando que havia sido iniciado por uma certa ”Old Dorothi”, quando na verdade sua iniciação foi realizada por “Dafo”, uma jovem que era uma das principais lideranças na “Comunidade de Crotona”  e que foi sócia de Gardner na empresa “Ancient Crafts Ltd” – cujo único propósito foi adquirir um terreno adjacente a um clube de nudismo, próximo a St. Albans, em Hertfordshire, ao norte de Londres. Neste local a empresa de Dafo e Gardner reconstruiu, ainda em 1946, um chalé do século dezesseis repleto de sinais cabalísticos em seu interior. Neste chalé, a partir de 1950, Dafo e Gardner dirigiram o famoso coven de Hertfordshire. Dafo se retirou da sociedade em 1952, em parte por problemas de saúde e em parte por temer por sua reputação, pois Gardner estava cada vez mais determinado a tornar públicas suas atividades.
Em 1951, na Inglaterra, foi extinta a última lei que punia com a morte as pessoas que se auto-proclamassem bruxos. Estava pronto o cenário para Gardner vir a público falar da bruxaria que ele conheceu e pela qual se apaixonou, a Wicca.  Algumas credenciais de Gardner:
·         entre 1933 e 1939 publicou diversas monografias sobre a cultura Malaia, arqueologia e antiga metalurgia cipriota;
·         Doutor em arqueologia Malaia pela Universidade de Saigon
·         co-presidente da Associação Histórica de Bournemouth,
·         Cavaleiro do Arco Real pela maçonaria britânica
·         conselheiro da Sociedade Britânica de Folclore
·        diretor  da seção Inglesa da O.:T.:O.: (Ordo Templis Orienti), onde recebeu o sétimo e máximo grau diretamente de Aleisteir Crowley
·         diretor da Ordem Antiga Druida (Ancient Druid Order).

Robert Cochrane - o homem de preto
A participação de Cochrane na Wicca atual é muito importante pois influenciou diretamente a  Doreen Valiente.  As práticas rituais de Cochrane aparecem  no livro "Where Witchcraft lives" de Doreen Valiente. Apesar de similares às práticas de Gardner apresentam algumas características próprias: a preferência por realização em praias, o uso de bolas de cristal para visualização, o termo "Feliz Encontro e Feliz Partida" (Merry Meet and Merry Apart) que posteriormente Valiente integrou na Wiccan Rede, o uso de um chifre ao invés de um cálice para beber o vinho. Robert Cochrane não deixou nenhum livro próprio e seus escritos foram queimados após sua morte, restaram apenas alguns artigos publicados em revistas de ocultismo e suas cartas com amigos. Podemos reconstituir e entender sua importância através do legado de Doreen Valiente e de um sacerdote e amigo pessoal dele - Evan Jonh Jones. Em 1963 seu coven (Clan of Tubal Cain) era formado por 7 pessoas. Chama a atenção imediatamente que apesar das semelhanças com os rituais Gardnerianos, o coven de Cochrane não usava o chicote e faziam os rituais vestidos de preto. A preferência era para a realização ao ar livre. Cochrane alegava que sua tradição era familiar, tendo sido iniciado com 5 anos de idade. 
Comum a todos os relatos sobre Cochrane é a grande energia mágica que ele emanava e que as pessoas usufruiam durante os rituais. Após sua morte em 1966 três ramificações de Wicca se estabeleceram numa espécie de continuidade: O Coven Regency em Londres que perdurou até 1974, a tradição de Evan Jones, e houve o estabelecimento da Wicca 1734 nos Estados Unidos por um amigo de Cochrane.


PATRICIA CROWTHER - 
Patricia foi uma das primeiras iniciadas por Gerald Gardner, sendo uma de suas quatro herdeiras em seu testamento - em conjunto com Doreen Valiente, Monique Wilson e a sucessora de Dayoni no Coven de Hertfordshire. Pat Crowther foi a Sumo Sacerdotisa responsável  para o Norte da Inglaterra, fundando covens em Yorkshire e Lancashire.  Atuou fortemente da divulgação da Wicca na mídia e em faculdades e colégios (em conjunto com seu marido e sumo sacerdote Arnold Crowther).
Apesar de seus inegáveis méritos na divulgação da Wicca, Patrícia não tinha a diplomacia de Valiente nem a humildade de Gardner e Monique Wilson que recebiam os bruxos pertencentes a outras tradições de braços abertos. Infelizmente seu entusiamo combinado com sua postura férrea criou enormes disputas após a morte de Gardner, levando  inclusive Alex Sanders a criar sua própria tradição (Alexandrina) e tirando as sacerdotisas gardnerianas do comando da Associação Britânica de Bruxaria.   










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