segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Belo Monte - devemos nos preocupar e tomar posição

Muito tem se discutido nos últimos meses sobre a construção desta hidrelétrica. Busquei me informar, o mais profundamente que pude no pouco tempo que tenho e chego a algumas conclusões:

Primeiro ponto - o Brasil está diante de um apagão energético - porém a malfadada Belo monte está em estudos há vinte  e poucos anos, já tivemos apagões antes, não tem motivo para pressa agora. Tudo pela demagogia, porque esta é a maior obra do PAC, deveriam ter pensado melhor...

Segundo ponto: a truculência do governo Dilma novamente se apresenta. Já bateram em professor grevista, já prenderam bombeiros, mandam o batalhão de choque "controlar" manifestações, agora querem construir a Usina sem ouvir as comunidades que serão afetadas. Mais demagogia.

Terceiro Ponto: opções - energia eólica e solar são caríssimas - é verdade, porém energia de biomassa é barata. Podemos produzir energia a partir de lixo, esterco, até do esgoto.

Quarto ponto - vão investir 30 bilhões mas a Usina vai gerar 40 bilhões por ano - vai gerar 40 bilhões para quem? Para o consórcio que vai administrar e uma parte vai para o governo do Pará, que irá investir na compensação - qual compensação? Vão construir outra floresta em outro lugar? Eu moro no Paraná e nestes vinte anos que existe Itaipú nunca ouvi falar no dinheiro para compensar a destruição de Sete Quedas. Era uma maravilha natural que foi destruída, e apesar dos zilhões que Itaipu gera, temos o Parque de Vila Velha, que é outra maravilha natural, fechado e sem condições de turismo.  E o Parque do Quartelá? e o litoral paranaense? Cadê a tal compensação pela perda de um atrativo turístico? Compensação futura é conversa.

Quinto ponto: precisamos pensar no futuro do Brasil - pois é precisamos mesmo. então que tal em vez de sair por aí poluindo, construindo hidrelétricas e lixões o governo não faz um programa de controle de natalidade, garante educação para o povo (temos um dos piores índices mundiais em número de pessoas com 3o. grau), combate a violência (somos o país com maior número de homicídios no mundo), isso sim é pensar no futuro.

Sexto ponto: mas as madeireiras arrasam vinte vezes mais floresta virgem por ano que a tal Belo Monte - esta justificativa simplesmente é uma prova da falta de vergonha na cara dos nossos governantes. Primeiro que com usina ou sem usina vão continuar roubando madeira na amazônia, segundo que a responsabilidade por esse estrago é do próprio governo. Afinal, tem radar, tem exército, tem satélite, pra quê???


Minha opinião sobre Belo Monte: tem muitas perguntas mal respondidas. Simplesmente não dá para deixar passar assim... em branco.

Assista a Marina Silva falando sobre Belo Monte:


Os caras são da Globo mas nem sempre o "Grande Irmão" está de sacanagem conosco, tem alguns erros ridículos, mas tinha que ter mesmo é da Globo (kkkkkkk).
Concordando ou não com a construção, fato é temos mesmo que nos preocupar mais com o nosso Brasil.


domingo, 4 de dezembro de 2011

Grandes Nomes da Wicca 2

Pop Star, Celebridade, Showman - tudo isto e ainda era Bruxo - Alex Sanders

O surgimento deste que foi um dos mais celebrados bruxos da Inglaterra começa de maneira humilde. Em 9 de Novembro de 1961 Alex envia uma carta se apresentando para Patricia Crowther, após vê-la num programa de televisão. Patricia o recebe em sua casa por três vezes em 1962. Alex conta nestas visitas que sua avô era uma bruxa, cujos ancestrais viveram próximos de Mount Snowdown (País de Gales) e sente-se extremamente atraído pela Wicca. Mais tarde descobre-se que Sanders também havia visitado a Gerald Gardner no seu museu na Isle of Man, e que Gardner havia enviado uma carta a Pat Kopansky solicitando a ela  que fizesse a iniciação de Sanders. Ele permaneceu no coven de Kopansky, nas proximidades de Nottingham, por aproximadamente um ano, como sumo sacerdote (o conven consistia em 5 integrantes na época). Doreen Valiente afirma que foi Gardner pessoalmente quem deu um Livro das Sombras Gardneriano para Sanders.
 Uma reportagem publicada na capa do jornal Manchester Evening Chronicles and News em Setembro de 1962, apresentando uma foto de Alex Sanders vestido com robes adornados com símbolos do livro "Chave de Salomão" foi o estopim para uma guerra de acusações na imprensa, entre Pat Crowther e Alex, que levaram Sanders a romper com a linha Gardneriana.
Maxine Sanders
Em 1964 Sanders encontra Paul King e uma jovem alta e ruiva, Maxine Morris. Eles fundam um coven que em 23 de Junho de 1965 é retratado pelo jornal "Manchester Comet", numa longa reportagem, seguida de artigos escritos pelos próprios Sanders e King em 30 de Junho. Logo outros jornais se interessam e rapidamente Alex Sanders se torna uma figura extremamente reconhecida na Inglaterra, tendo fundado mais dois covens ainda em 1965. Com seu casamento com Maxine, o primeiro casamento Wicca documentado na imprensa,  no final de 65, ainda obtém mais espaço.
Em Abril de 1966 Alex Sanders é contratado pelos estúdios Metro Goldwin Meyer como consultor num filme sobre bruxaria. Em 1967 Alex assume publicamente o título de "Rei das Bruxas" da Inglaterra, contando mais de 1620 iniciados em mais de 120 covens.
Alex Sanders
Diferentemente de Gardner, Sanders não escreveu livros, ele preferiu contratar jornalistas profissionais para transformá-lo num ícone. O primeiro com esta função foi June Jonhs, em 1966. O segundo foi Stewart Farrar que iria eternizar Alex cunhando o nome de sua tradição. O relacionamento dos dois começou em 1969 quando Stewart procurou Alex para uma reportagem para o periódico Reveille, mas o jornalista se impressionou de tal maneira que ele mesmo passou a fazer parte do coven, onde iria depois se apaixonar por uma jovem, Janet Owen. - A história do casal Janet e Stewart Farrar vamos contar em próximos .
artigos.
Adquira o livro de Alberto Sóllomon - clique aqui
Nos anos 70 a imprensa britânica mudou seu tom amistoso para com a bruxaria, passando a perseguir e denunciar. Parte disso foi resultado de filmes como "O Bebê de Rosemary" e depois "O Exorcista", que despertaram uma "cultura satânica". A imprensa sensacionalista se aproveitou para produzir acusações. Muitos Wiccans foram perseguidos e até mesmo presos. O casal Sanders para se preservar mudou-se de Londres para Sussex (1971) onde acabam por divorciar-se em 1973.
Alex permaneceu vivendo em Sussex, de onde em 1979 ele escreve uma carta pungente à duas  revistas britânicas com grande circulação entre os bruxos, pedindo pela reunificação, afirmando que todos podem clamar por autenticidade em seus rituais, usando o Livro das Sombras Gardneriano, ou o Alexandrino, ou mesmo nenhum.

A Tradição Alexandrina tem algumas peculiaridades, o uso de roupas durante os rituais, a presença de símbolos egípcios e de Alta Magia. Entre as grandes contribuições de Sanders estão a aceitação dos homossexuais e a difusão da Wicca pelo Continente Europeu, que depois irá se espalhar pelo mundo..
Até mesmo sua morte tem um aspecto teatral: Alex Sanders deixou esta encarnação no dia 30 de Abril de 1988, véspera de Beltane.

Grandes Nomes da Wicca 1

Vou apresentar uma série com o resumo dos principais Sacerdotes e sua história. Começamos com o Pai da Wicca - Gerald Brousseau Gardner, e na continuação outro nome fundamental: Robert Cochrane.


O mais recente (E PROFUNDO) estudo da história de Gardner foi realizado pelo professor da Universidade de Bristol, Ronald Hutton e publicado em seu livro “O Triumfo da Lua” (The Triumph of the Moon –Oxford University Press). Neste livro podemos acompanhar a trajetória de Gardner, após a aposentadoria de suas atribuições na Malásia. Um homem de profundos conhecimentos  esotéricos e místicos, que havia estudado diversas religiões orientais agora vem se instalar na Inglaterra.
 Percebemos, pelo relato de Hutton, que Gardner era uma pessoa em boa situação financeira, com um casamento estável e movido por uma profunda curiosidade. Havia sido homenageado com o título de doutor em arqueologia malásia pela Universidade de Saigon, devido às suas pesquisas de campo naquela região. Recebeu o título de Cavaleiro do Arco Real em reconhecimento da maçonaria britânica
Mas, diferentemente de outros ocultistas, não gostava de utilizar títulos em sua apresentação. Era um homem alegre, bronzeado, com olhar brincalhão. Seu interesse pelo ocultismo o movia em diversas empreitadas para desvendar os mistérios da magia.
Gardner conheceu a Wicca quando começou a fazer parte da “Comunidade de Crotona” em New Forest, sul da Inglaterra. Como ele próprio nos conta em seu Livro “A Bruxaria Hoje”, (21)  lá conheceu um grupo de bruxas que praticavam a Antiga Religião. Como na época ainda era um crime e uma mácula na sociedade ser bruxa, Gardner despistou quem era a real personalidade no Coven de “New Forest”, contando que havia sido iniciado por uma certa ”Old Dorothi”, quando na verdade sua iniciação foi realizada por “Dafo”, uma jovem que era uma das principais lideranças na “Comunidade de Crotona”  e que foi sócia de Gardner na empresa “Ancient Crafts Ltd” – cujo único propósito foi adquirir um terreno adjacente a um clube de nudismo, próximo a St. Albans, em Hertfordshire, ao norte de Londres. Neste local a empresa de Dafo e Gardner reconstruiu, ainda em 1946, um chalé do século dezesseis repleto de sinais cabalísticos em seu interior. Neste chalé, a partir de 1950, Dafo e Gardner dirigiram o famoso coven de Hertfordshire. Dafo se retirou da sociedade em 1952, em parte por problemas de saúde e em parte por temer por sua reputação, pois Gardner estava cada vez mais determinado a tornar públicas suas atividades.
Em 1951, na Inglaterra, foi extinta a última lei que punia com a morte as pessoas que se auto-proclamassem bruxos. Estava pronto o cenário para Gardner vir a público falar da bruxaria que ele conheceu e pela qual se apaixonou, a Wicca.  Algumas credenciais de Gardner:
·         entre 1933 e 1939 publicou diversas monografias sobre a cultura Malaia, arqueologia e antiga metalurgia cipriota;
·         Doutor em arqueologia Malaia pela Universidade de Saigon
·         co-presidente da Associação Histórica de Bournemouth,
·         Cavaleiro do Arco Real pela maçonaria britânica
·         conselheiro da Sociedade Britânica de Folclore
·        diretor  da seção Inglesa da O.:T.:O.: (Ordo Templis Orienti), onde recebeu o sétimo e máximo grau diretamente de Aleisteir Crowley
·         diretor da Ordem Antiga Druida (Ancient Druid Order).

Robert Cochrane - o homem de preto
A participação de Cochrane na Wicca atual é muito importante pois influenciou diretamente a  Doreen Valiente.  As práticas rituais de Cochrane aparecem  no livro "Where Witchcraft lives" de Doreen Valiente. Apesar de similares às práticas de Gardner apresentam algumas características próprias: a preferência por realização em praias, o uso de bolas de cristal para visualização, o termo "Feliz Encontro e Feliz Partida" (Merry Meet and Merry Apart) que posteriormente Valiente integrou na Wiccan Rede, o uso de um chifre ao invés de um cálice para beber o vinho. Robert Cochrane não deixou nenhum livro próprio e seus escritos foram queimados após sua morte, restaram apenas alguns artigos publicados em revistas de ocultismo e suas cartas com amigos. Podemos reconstituir e entender sua importância através do legado de Doreen Valiente e de um sacerdote e amigo pessoal dele - Evan Jonh Jones. Em 1963 seu coven (Clan of Tubal Cain) era formado por 7 pessoas. Chama a atenção imediatamente que apesar das semelhanças com os rituais Gardnerianos, o coven de Cochrane não usava o chicote e faziam os rituais vestidos de preto. A preferência era para a realização ao ar livre. Cochrane alegava que sua tradição era familiar, tendo sido iniciado com 5 anos de idade. 
Comum a todos os relatos sobre Cochrane é a grande energia mágica que ele emanava e que as pessoas usufruiam durante os rituais. Após sua morte em 1966 três ramificações de Wicca se estabeleceram numa espécie de continuidade: O Coven Regency em Londres que perdurou até 1974, a tradição de Evan Jones, e houve o estabelecimento da Wicca 1734 nos Estados Unidos por um amigo de Cochrane.


PATRICIA CROWTHER - 
Patricia foi uma das primeiras iniciadas por Gerald Gardner, sendo uma de suas quatro herdeiras em seu testamento - em conjunto com Doreen Valiente, Monique Wilson e a sucessora de Dayoni no Coven de Hertfordshire. Pat Crowther foi a Sumo Sacerdotisa responsável  para o Norte da Inglaterra, fundando covens em Yorkshire e Lancashire.  Atuou fortemente da divulgação da Wicca na mídia e em faculdades e colégios (em conjunto com seu marido e sumo sacerdote Arnold Crowther).
Apesar de seus inegáveis méritos na divulgação da Wicca, Patrícia não tinha a diplomacia de Valiente nem a humildade de Gardner e Monique Wilson que recebiam os bruxos pertencentes a outras tradições de braços abertos. Infelizmente seu entusiamo combinado com sua postura férrea criou enormes disputas após a morte de Gardner, levando  inclusive Alex Sanders a criar sua própria tradição (Alexandrina) e tirando as sacerdotisas gardnerianas do comando da Associação Britânica de Bruxaria.